‘O ensino ajuda a aprimorar o legado da nossa cultura’, diz aluna sobre curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola da Ueap

Keila Cristina, de 40 anos, vai estudar na Escola José Bonifácio, no Curiaú, e destacou a importância da atividade como oportunidade de valorização e crescimento pessoal.

 Moradora da comunidade quilombola do Curiaú, Keila acredita que o curso trará impactos significativos para sua localidade.
Moradora da comunidade quilombola do Curiaú, Keila acredita que o curso trará impactos significativos para sua localidade.
Foto: Breno Pantoja/Seed

O Governo do Amapá promoveu a Aula Magna inaugural do curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola, da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), reunindo 160 acadêmicos. O evento, histórico para a educação estadual, marcou o início de um novo ciclo para acadêmicos de comunidades e aconteceu na sexta-feira, 24, no auditório da Ueap, no Centro de Macapá. Com duração de quatro anos e carga horária de 3.600 horas, a licenciatura está estruturada em quatro turmas de 40 alunos cada, distribuídas entre Macapá, no campus da Ueap, Curiaú, na Escola José Bonifácio, e São José do Matapi, na Escola Professor Davi Miranda.

Entre os participantes, Keila Cristina Ataide Santana, de 40 anos, que vai estudar no Curiaú, na Escola José Bonifácio, destacou a importância do curso como oportunidade de valorização cultural e de crescimento pessoal.

“Me senti desafiada a conhecer o que é a educação quilombola, porque faz parte da minha cultura. Nada melhor do que me aperfeiçoar e contribuir com minha comunidade”, afirmou Keila, que já possui formação em Matemática, Direito, e agora busca aprofundar conhecimentos em sua identidade cultural.

As aulas do primeiro módulo iniciam nesta segunda-feira, 27, e seguem até 1º de março
As aulas do primeiro módulo iniciam nesta segunda-feira, 27, e seguem até 1º de março
Foto: Luan Macêdo/Seed

A formação tem o objetivo de desenvolver habilidades e competências que capacitem os graduados a atuar na educação infantil, nos anos iniciais do ensino fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de possibilitar atuação em coordenação pedagógica e gestão educacional, sempre com foco nas especificidades das comunidades quilombolas amapaenses.

Moradora da comunidade quilombola do Curiaú, Keila acredita que o curso trará impactos significativos para sua localidade, pois muitas pessoas nao tiveram a oportunidade de ter acesso ao ensino superior. Para ela, a educação é essencial na preservação das tradições quilombolas.

“A cultura é um legado que temos, e a educação ajuda a aprimorá-lo. Precisamos crescer na educação para fortalecer nossas raízes e tradições.”

Licenciatura está estruturada em quatro turmas de 40 alunos cada
Licenciatura está estruturada em quatro turmas de 40 alunos cada
Foto: Luan Macêdo/Seed

Outro aluno que compartilha essa história é Robson Anunciação do Nascimento, de 43 anos, morador da comunidade São José do Matapi. Formado no Magistério e com formação em informática e culinária, Robson vê no curso a oportunidade de ensinar a comunidade do sobre a cultura e a história quilombola.

“Muitos sabem que são quilombolas, mas não conhecem a fundo a cultura. Quero ensinar e também aprender com essa experiência, contribuindo para a valorização e o fortalecimento da nossa identidade”, afirmou o aluno.

Robson Anunciação do Nascimento, de 43 anos, morador da comunidade São José do Matapi, na Aula Magna.
Robson Anunciação do Nascimento, de 43 anos, morador da comunidade São José do Matapi, na Aula Magna.
Foto: Breno Pantoja/Seed

Transformando realidades

O curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola foi idealizado para atender a demanda de professores da educação básica e membros das comunidades quilombolas que ainda não possuem graduação. O objetivo é formar profissionais capacitados para atuar diretamente nas suas comunidades, fortalecendo a educação e preservando as tradições culturais.

A qualificação será ministrada em regime modular, durante os períodos de férias escolares, nos meses de janeiro e julho. Os alunos receberão uma bolsa mensal de R$ 700, financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

As aulas do primeiro módulo iniciam nesta segunda-feira, 27, e seguem até 1º de março. O curso é mais uma iniciativa que reforça o compromisso do Governo do Amapá com a educação pública de qualidade e a formação e valorização cultural de nosso estado.

  • Horário das aulas:
  • Manhã: 8h às 12h;
  • Tarde: 14h às 18h.
  • Locais das turmas:
  • Turmas A e B
    Sede da Ueap, Campus I, na Avenida Presidente Vargas, n° 650, bairro Centro;
  • Turma C
    Escola Quilombola Estadual José Bonifácio, no Curiaú;
  • Turma D
    Escola Estadual Professor Davi Miranda, em São José do Matapi.

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