Com feira de ervas medicinais, remédios fitoterápicos, degustação de chás e exposição fotográfica, público teve momento especial no Museu Sacaca.
Homenagem reuniu familiares do Mestre Sacaca e visitantes para celebrar o seu legadoFoto: Thaysa Ruane/GEAPara celebrar os 98 anos de Raimundo dos Santos Souza, o Mestre Sacaca, o Governo do Amapá promoveu uma homenagem aberta ao público em Macapá, com apresentações culturais, feiras de ervas medicinais e exposição de documentário sobre a vida do “doutor da floresta”, no Museu Sacaca, na quarta-feira, 21.
Mestre Sacaca, que dá nome ao Museu a céu aberto no centro da cidade, foi um curandeiro muito conhecido na região, uma figura que se inspirou e buscou nas florestas do Amapá, ajudar as pessoas com remédios naturais e garrafadas. A família Sacaca esteve presente no evento e recebeu homenagens em forma de ladrão de Marabaixo e poesia, além do lançamento dos livros do Sacaca em formato e-book, disponíveis para download no site do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa).
“Se ele estivesse vivo completaria 98 anos e acho tudo muito bonito tudo o que fizeram. Ele não foi apenas o meu avô, foi uma pessoa importante para o Amapá e fico feliz de ver tantas pessoas se interessando pelos conhecimentos que ele deixou. Agora com os livros dele em PDF, pessoas de outros estados poderão conhecer e aprender com os ensinos que ele deixou, e isso é maravilhoso”, comemorou a neta do Mestre Sacaca, Ana Clara, de 17 anos.
Familiares do Mestre Sacaca em visita ao MuseuFoto: Thaysa Ruane/GEASegundo a coordenadora do Museu Sacaca, Adriana Rodrigues, a homenagem foi uma forma de reforçar o legado deixado pelo Mestre, além de promover os conhecimentos e pesquisas realizadas por ele.
Adriana Rodrigues, coordenadora do Museu SacacaFoto: Thaysa Ruane/GEA“O Mestre Sacaca está presente na história do Museu pela sua representatividade, pelos valiosos serviços e pelo conhecimento compartilhado ao longo dos anos de sua vida. Na presença da família dele celebramos seu legado”, explicou a coordenadora do Museu Sacaca, Adriana Rodrigues.
O Sacaca é um dos dois brasileiros homenageados pela Divine Academia Francesa, além de ser um curandeiro reconhecido no Amapá, com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Amapá.
“É importantíssimo lembrar a história dele e perpetuar esse legado para as futuras gerações”, ressaltou a condutora do museu e coordenadora do evento, Simei Leite.
História
Sacaca nasceu no ano de 1926, em Macapá. Casou-se com a primeira miss Amapá, Madalena Souza. O matrimônio gerou 14 filhos. O mestre Sacaca também era envolvido na cultura, tocava caixa de marabaixo e sabia confeccionar os instrumentos.
Mestre Sacaca, que dá nome ao Museu a céu aberto, foi um curandeiro muito conhecido na regiãoFoto: Maksuel Martins/GEAEle foi um dos fundadores da União dos Negros do Amapá e da primeira associação de idosos. Na década de 1990 atuou na Rádio Difusora de Macapá com o programa “A Hora do Campo”, descrevendo as propriedades medicinais das plantas. Sacaca ainda publicou três livros que falam de “A à Z” sobre as plantas que curam.
